Abraço: um carregador sem fio, por Thuane Campos

Um dia desses um amigo me disse após um longo abraço que eu havia o recarregado, essa frase ainda ecoa na minha cabeça. Recarregar alguém?! Ainda mais com um abraço, algo tão simples. Como? Ainda mais num dia em que eu estava só o “pó da rabiola”.

Cheguei em casa, ainda pensando nisso, meu namorado estava me esperando com um sorriso e disponível para ouvir como tinha sido meu dia. Era meia-noite e o cara tava lá, querendo saber sobre o meu dia! Enquanto contava pra ele, senti que estava sendo recarregada. Que doido isso, voltei a pensar na frase do meu amigo...

Sei o quanto isso parece ser utópico, mas comecei a imaginar quantas pessoas estão por aí conectadas em vários fios eletrônicos, mas descarregadas de si, a minha solução pareceu rapidamente algo tão de menina, queria sair pelas ruas abraçando todo mundo, um abraço longo e sincero. Dedicar um tempo do meu dia só pra ouvir como foi o dia das pessoas.

Mas isso é utopia demais! Quem sai pelas ruas abraçando “geral” sem levar fama de louco? Ainda mais para uma mulher que ainda hoje é facilmente rotulada como “fácil”... Rótulos existem para todos (infelizmente) e passei a não me importar com eles, então abracei ontem, conversei com uma amiga hoje e agora escrevo pra você (mesmo estando na correria que é ser adulto). Considerei necessário parar alguns minutos para fazer isso.

Bem, não sei como está sendo seu dia ou qual foi a última vez em que abraçou alguém, mas já considerou ser recarregado hoje?