Afinal, somos jovens

Afinal, somos jovens

Temos um celular. Talvez dois ou três. Com um chip ou com um chip para cada operadora. Somos jovens. O mundo é comportado em um pequeno aparelho eletrônico, conversamos com o parente do nordeste, tiramos fotos na academia, abrimos o GPS para indicar o caminho até o teatro, ouvimos músicas quando queremos preencher algum tempo (que pensamos estar) perdido. Afinal, somos jovens.

O aparelho é fácil de ser observado, está em nossas mãos, pousado sobre nossas orelhas ou pulsando dentro de algum bolso de um velho jeans. Não o largamos. Marcamos compromissos (dos mais variados e nos mesmos horários, já que não podemos perder tempo) através de um celular, mas quando tentamos cumpri-los o tal danado se torna o grande vilão, sempre perdendo olhares, deixando o abraço mais rápido ou fazendo com que a fumaça do café quente passem despercebidos. Não nos damos conta disso. Lembre-se: somos jovens, estamos vivendo o que há pra viver! 

Perdemos horários e ficamos incomunicáveis quando nosso pequeno companheiro “falha”, esquecemos o que é participar de uma aula ou trabalhar sem olhar para o tal. Mas ainda somos jovens, temos muito que aprender e tempo não nos falta (apenas esquecemos isso às vezes).